terça-feira, 14 de agosto de 2012

Boletim 09


Boletim 09 do Comando de Greve dos docentes da UFBA - Salvador, 14 de Agosto de 2012
Todos à assembleia de Greve de 15 de agosto!
O governo Dilma afirma, de modo unilateral e autoritário, que as negociações com os docentes estão encerradas. Com isso, o governo apresentou para a categoria não uma proposta, mas um ultimato. Numa mesa de negociação as partes dialogam e apresentam suas ponderações e contrapropostas. Pensando desta forma, nós decidimos enviar uma contraproposta para ser apreciada na mesa de negociação. Trilhando o caminho da força e deixando de lado o diálogo, o governo tem realizado um duplo movimento político para derrotar as amplas e fortíssimas greves no funcionalismo federal. O primeiro, busca se ancorar no prestígio e carisma do ex-presidente Lula, com a finalidade de controlar as centrais sindicais e amenizar as mobilizações. O segundo, mobiliza a advocacia geral da união ao ameaçar os gestores de improbidade administrativa caso não comunique a falta ao trabalho dos grevistas.
Para enfrentar essa dupla ofensiva do governo é imperiosa a apresentação de uma contraproposta para forçar o governo a abrir as negociações. Mas, igualmente se faz necessário avançar nas ações com as outras categorias dentro (estudantes e técnico-administrativos) e fora (servidores públicos federais) das universidades.
Dilma, os professores merecem respeito! Reabra as negociações

Como os docentes da UFBA chegaram a uma Assembleia de destituição da diretoria.
Após 70 dias de greve em que grande parte dos esforços ficaram divididos entre a pauta de greve e as manobras da diretoria da Apub para impedir o avanço do movimento a qualquer custo, os professores da UFBA reunidos em assembleia, dia 07 de agosto, decidiram convocar uma assembleia cujo ponto de pauta é a destituição da atual diretoria da APUB. Esta é uma iniciativa da categoria, decidida coletivamente através de sua maior instância deliberativa, inclusive com a legitimação convocatória acatada e convalidada pela própria Diretora-Presidente da Entidade. Cabe deixar claro que tal iniciativa não coube ao Comando de Greve da UFBA, mas sim à categoria que não tolerava mais os sistemáticos desrespeitos perpetrados pela atual diretoria da entidade. Para evidenciar tal conduta desrespeitosa e autoritária da diretoria da APUB, basta lembrar que ficou decidido que não realizaríamos qualquer plebiscito/referendo enquanto durasse a greve, ocorre que desconsiderando e negligenciando a vontade e a decisão da categoria, a atual diretoria da entidade, através do Proifes, realizou plebiscito para verificar a posição dos professores acerca da proposta apresentada pelo governo, virando as costas para a decisão soberana da categoria em assembleia que rejeitou a proposta de carreira do governo e deliberou encaminhar uma contraproposta para ser discutida na mesa de negociação. Outro exemplo de desrespeito praticado pela diretoria da APUB teve como protagonista sua atual presidente. Ela se comprometeu em assembleia, dia 18 de julho, em defender as posições e encaminhamentos decididos naquela instância. Mas, para perplexidade de toda categoria a presidente da entidade participou do Conselho Deliberativo do Proifes e, apesar da sabida posição dos professores da UFBA, votou a favor em todas posições e encaminhamentos daquela Federação que contrariava frontalmente as deliberações da Assembleia Geral.
Por estas, e por outras, razões, e coerentes com sua firme posição de defender e reafirmar a soberania da assembleia, o Comando de Greve da UFBA decidiu realizar os esforços necessários para realizar a Assembleia Geral para discutir e deliberar sobre a destituição ou não da atual diretoria da APUB. Neste particular cabe, uma vez mais, sublinhar o desrespeito à decisão da assembleia, pois conforme ata e vídeos publicados na internet (http://www.youtube.com/watch?v=1oShH3slCZo), a presidente da APUB informa que a entidade realizará assembleia para decidir sobre a destituição da atual diretoria. Ocorre que o edital de convocação da assembleia não foi encaminhado para ser publicado em jornal de grande circulação pela diretoria. Quem, mais uma vez, respeitou a decisão da assembleia foi o Comando de Greve da UFBA e pagou com os recursos recolhidos nas assembleias a publicação em jornal de grande circulação. No entanto, a diretoria foi célere para pagar uma nota que, de forma leviana, acusa os docentes - que democraticamente decidiram pela assembleia de discussão da destituição  - de golpistas.
Como convêm em processos delicados como estes, é preciso dedicar amplo espaço para que os atuais diretores e seus apoiadores possam ter espaço para expor suas posições e àqueles favoráveis à destituição tenham o mesmo espaço para apresentar as razões que justificam tal posição política.
Convocamos todos os professores a comparecerem à Assembleia Geral, às 14:00h, na Faculdade de Arquitetura. Ponto de Pauta: Destituição da diretoria.
Venha, traga seu contracheque para se filiar, discuta e democraticamente decida qual o melhor caminho para sua entidade.

Assembleias Gerais e democracia sindical
A questão central a que os docentes das IFES em geral e da UFBA especificamente estão submetidos nesta greve é a da concepção de sindicalismo que seja ponto de apoio a luta pelas reivindicações ou aquele que ao contrário serve de obstáculo a luta pela nossa pauta.
Não bastasse o governo/patrão estar se negando a atender nossas reivindicações por Carreira e melhores condições de trabalho (o que não pode prescindir de alterações na composição da malha salarial de forma a recuperar perdas e apontar para aumento real da nossa remuneração) ainda estamos enfrentando, nacionalmente, o ataque de uma parte minoritária da categoria que além de não construir a greve ainda luta contra o movimento paredista.
Importa agora, reforçar uma concepção de sindicalismo, que garanta o espaço de assembleia onde possamos enquanto categoria nos conhecer, nos auto-organizar, pelo compartilhamento de percepções dos problemas e construção coletiva das pautas. Mesmo sem o apoio do Sindicato, a categoria botou a greve na rua, sempre se guiando pelas deliberações de assembleia.
A federação Proifes, se constituiu com uma concepção de sindicato que desdenha da organização e deliberação das bases pela Instância máxima do sindicalismo democrático que é a Assembleia Geral. Basta olhar o estatuto da Proifes e a posição de seus dirigentes para não se ter mais dúvidas. O primeiro no capítulo V, art. 13 “O Conselho Deliberativo, que corresponde à Assembléia Geral, é a instância decisória máxima do PROIFES-Federação, nos termos deste Estatuto”.  Mesmo considerando o Conselho Deliberativo como instância máxima o Estatuto do PROIFES (art. 12), define que sempre que considerado necessário, poderá ser convocado plebiscito em caráter excepcional, pela Diretoria Executiva.  Enfim todo poder a diretoria, mesmo sem reunir o que eles denominam de espaço que corresponde a assembléia geral. Ou seja, qualquer decisão de Assembléias democráticas é entendida como golpe. A assembléia com voto presencial pela base é vista como arrastão. Daí a posição da direção proifiana e da APUB de não obedecer as deliberações de suas bases organizadas na forma de Assembléias. Mais ainda, a posição de destruir esta forma de debate, proposição e deliberação com o uso de referendos/plebiscitos eletrônicos.

Informes do Comando Nacional
 Durante o final da semana do dia 6, o Comando Nacional de Greve (CNG) centrou fogo na análise do momento específico por que passa a greve dos professores federais. Compreende-se que este é um momento crucial do movimento, exigindo a intensificação de atos que nos deem visibilidade. Ao mesmo tempo é necessário sinalizar à sociedade que a intransigência está com o governo, que fechou as negociações mesmo quando sua proposta foi amplamente rejeitada pelos professores em greve: o acordo foi assinado apenas pelo PROIFES, uma entidade minoritária, cuja base também rejeitou a proposta. Assim, o CNG orientou uma rodada de assembleias para os dias 13 e 14, para que a base indique os pontos da pauta passíveis de flexibilização. Os professores da UFBA já têm deliberação sobre o assunto, junto a mais 9 universidades. Agora, teremos respostas vindas de todo o país, que serão sistematizadas para a elaboração de uma contraproposta. Este será mais um argumento para pressionar o governo pela reabertura das negociações, junto às ações que serão feitas nos estados e em Brasília.
13 de agosto: ato unificado em frente ao MEC para reabertura das negociações;
14: ato unificado em frente ao MPOG para reabertura das negociações;
15 de agosto: marcha a Brasília em conjunto com os demais servidores públicos federais e Comando Nacional de Greve Estudantil .
A greve é forte! A luta é agora! #NegociaDilma

Docentes da UFBA em greve ocupam a reitoria com um dia de trabalho pela greve.
O Comando de Greve dos Docentes da UFBA realizou reunião ampliada na sexta 10 de agosto, às 10h, na reitoria. A atividade convocada pelo Comando Nacional de Greve previa a ocupação das reitorias das universidades federais em greve. No caso da UFBA, o dia foi marcado por atividades que reuniram docentes e discentes de diversas unidades. A programação teve início com um descontraído café da manhã na ante-sala do gabinete da Reitoria e prosseguiu com a exibição da mostra fotográfica (Fotografando a UFBA), reunião ampliada do Comando de Greve, entrega de carta ao parlamentar presente e encontro com a reitora.
A avaliação discutida durante a reunião ampliada do Comando acentuou a força do movimento grevista nacionalmente e localmente. Destacou-se ainda que a greve serviu para mobilizar a categoria articulando os docentes recém ingressos com aposentados e os professores da ativa. Outro aspecto sublinhado diz respeito ao revigoramento do entidade sindical, APUB, apesar do posicionamento autoritário e desmobilizador da sua atual diretoria. A revitalização do Bar D.E. foi apontado como símbolo desse reencontro da categoria com o sindicato. Outro elemento significativo neste processo, foi a unificação dos três segmentos (docentes, estudantes e técnicos-administraivos) na construção de uma pauta local. Os docentes presentes ressaltaram a forma democrático e ponderada como o Comando Local tem conduzido a greve na UFBA.
Pela tarde, houve uma reunião entre os comandos de greve dos docentes, e dos estudantes. Nesta reunião foram avaliados os movimentos de greve da UFBA, destacando-se a justeza das reivindicações, a construção da unidade na luta, verificando-se um grande número de convergências.
Outra reunião com a equipe da administração central da UFBA foi realizada na tarde com a Reitora Dora Leal, o Vice-reitor Luiz Rogério, o Pró-reitor de ensino Ricardo Carneiro e o Chefe de Gabinete Fernando Rêgo. Nesta reunião representantes do comando de greve dos docentes informaram que a ocupação da reitoria da UFBA compõe um Ato Nacional destacando que os docentes estão empenhados em buscar o diálogo e a reabertura das negociações com o governo, para o que solicitaram o apoio da reitoria. “Lutamos todos – estudantes, técnico-administrativos e docentes  - na mesma direção, quem é responsável pelos prejuízos que todos nós e a população estamos sofrendo com essa política educacional é o governo federal” ressaltou a profa. Celi Taffarel. A reitora assinalou para o diálogo, destacando que está estudando com sua equipe a pauta de reivindicações local, que encaminhará ao Conselho Universitário da UFBA o que lhe for pertinente e acompanhará as posições da ANDIFES nos encaminhamentos frente ao governo federal.