quarta-feira, 25 de julho de 2012

Professores da UFBA rejeitam nova proposta do governo e continuam em greve



Nesta quarta-feira, 25 de julho, os professores da Universidade Federal da Bahia realizaram mais uma assembleia geral. Com a participação de 190 professores foi aprovada a continuidade da greve. 

Na ocasião, os docentes discutiram e rejeitaram a nova proposta apresentada pelo governo, pois, com essa proposta, os professores teriam perdas salariais e a desestruturação completa da carreira. Por exemplo,  todos os docentes com título de mestre, independente do regime de trabalho, perderiam entre 1,27% a 5,55% dos seus salários até março de 2015, quando da última parcela de reajuste. Também ficou evidente que a nova proposta do governo aprofunda a desestruturação da carreira ao aplicar índices desiguais para docentes com mesmo regime de trabalho e mesma titulação; não contempla a paridade entre ativos e aposentados; parcela o reajuste em 3 partes (março/2013, março/2014 e março/2015); remete para um Grupo de Trabalho, composto por Reitores das Universidades e Institutos  Federais, a elaboração de critérios de promoção na carreira. 

Portanto, ao contrário do que foi noticiado, é falacioso o reajuste concedido aos docentes, que não seria realmente de 40%, pois, depois de descontada a inflação de 2010 a 2015, os ganhos reais nos salários, chegaria no máximo a 9,5%. Além disso, o número de professores contemplados com este reajuste não representa sequer 10% da categoria. Logo, a proposta do governo não apresenta melhoria salarial para a maioria da categoria e não contempla as demandas dos docentes em relação à carreira e às condições de trabalho. Por fim, os professores repudiaram a posição do Proifes-Federação (Instituição de caráter nacional que se pretende representante dos docentes federais), que, mesmo à revelia das deliberações das assembléias, aceitou a nova proposta do governo.

Em discordância com que apresentou o governo, os docentes defendem i) percentuais fixos para docentes com mesma titulação e mesmo regime de trabalho; ii) salário base calculado pelo DIEESE (R$ 2.329,35); iii) paridade (salários equivalentes) entre ativos e aposentados; iv) critérios de progressão na carreira elaborados dentro de cada universidade, respeitando as características regionais de cada uma.

Além disso, os docentes discutiram a pauta local, que reivindica providências junto à Reitoria da UFBA, estruturada em 5 eixos: i) gestão participativa; ii) defesa do tripé ensino, pesquisa e extensão; iii) melhoria das condições de trabalho; iv) política de assistência estudantil; v) combate à mercantilização, privatização e terceirização.

Por fim, os docentes marcaram a próxima assembleia para o dia 02 de agosto, quinta-feira, às  14:30h, na Faculdade de Arquitetura.