Comunicado aos Professores
Os
professores da Universidade Federal da Bahia continuam em greve. Hoje, dia 25
de julho, às 14:30h, na Faculdade de Arquitetura, ocorre mais uma assembleia
dos docentes da Universidade, na qual será discutida, entre outros pontos, a
“nova” proposta apresentada pelo governo na reunião de ontem, dia 24 de julho.
Como reconheceu o próprio preposto do governo,
secretário das Relações de Trabalho, Sérgio Mendoça, aquilo que estava na mesa
de negociação não se constituia, a rigor, numa nova proposição. Na realidade, o
governo fez pequenos ajustes no que havia apresentado na reunião do dia 13 de
julho. Esta “nova” proposta manteve o parcelamento do reajuste para março de
2013, março de 2014 e março de 2015, sem mencionar nem considerar a inflação do
período; conservou a Retribuição por Titulação (RT) diferenciada entre docentes
com mesma titulação e mesmo regime de trabalho; sugeriu a criação de um Grupo
de Trabalho (GT) formada pelos reitores das Universidades e Institutos Federais
para posterior elaboração de critérios de progressão na carreira, o qual
discutiria também os critérios de acesso à classe de professor titular que,
pela proposta, passa a integrar a carreira.
A “nova”
proposta mantem a desestruturação da carreira, pois concede reajustes distintos
para docentes com mesma titulação e mesmo regime de trabalho e não apresenta
mecanismo que preserve o poder aquisitivo dos salários durante o período de
2012 a 2015. Em discordância com esta proposta, a síntese dos pontos inegociáveis
aprovado em Assembleia anterior, (i) a carreira docente deve conter percentuais
fixos para mesma titulação e regime de trabalho; (ii) salário base calculado
pelo DIEESE (R$ 2.329, 35); (iii) paridade entre ativos e aposentados e (iv)
critérios de progressão definidos nas Instituições Universitárias. Por fim, o
governo faz uma “guerra” de números e tabelas, sem apresentar uma proposta de
carreira estruturada e coerente com as demandas dos professores.
Crítica
ao sindicalismo cupulista e adesista. A “nova” proposta encontrou adesão numa parte diminuta do movimento
sindical, ou seja, naquelas lideranças identificadas com o PROIFES, que
sistematicamente têm concordado com as posições do governo, constituindo-se, em
realidade, uma voz deste na categoria e no movimento sindical. A conduta do PROIFES de negociar em separado
com o governo, sem consultar os professores em assembleia, demonstra uma
prática que articula e negocia nas cúpulas, evidenciando uma atitude antidemocrática
e autoritária. Por este motivo, o comportamento do PROIFES de dividir os
professores, aceitando uma proposta que desestrutura e piora a carreira atual,
deve ser denunciado e combatido com veemência.
Finalmente,
reiteramos o convite para todos os docentes participarem da Assembleia Geral,
no dia 25 de julho, às 14:30h, na Faculdade Arquitetura.
Comando
de Greve dos docentes da UFBA
Salvador, 25 de julho de 2012.
Todos à Assembleia! Juntos, podemos mais!!!