sábado, 28 de julho de 2012

Mais um golpe


Diretoria da APUB prepara mais um golpe na democracia sindical  
Boicote ao plebiscito JÁ!!
 
Incapazes de disputar os rumos do Movimento Docente da UFBA nas assembleias massivas da categoria, a diretoria da APUB, em mais um ato de desespero e traição, prepara um novo golpe na democracia sindical. Segundo nota publicada no site da entidade e feita por encomenda para atender aos interesses dos dirigentes do Proifes, que indicaram a assinatura do acordo com o governo e o fim da greve, dizendo in verbis: “A Diretoria da APUB Sindicato em audiência com a Reitora da UFBA, Dora Leal ontem (26/07) comunicou que o Proifes Federação realizará consulta eletrônica sobre a aceitação ou não da contraproposta apresentada pelo governo a partir de 27 de julho e sobre a continuidade da greve nas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) nos sindicatos federados”. Enquanto os membros do Comando de Greve se preparavam para encaminhar as decisões da assembleia do dia 25, que rejeitou a proposta do governo e manteve a greve dos docentes da UFBA, os dirigentes da APUB sorrateiramente marcavam uma audiência com a reitora para desferir mais este golpe na categoria mobilizada e em luta.

Mais sorrateira foi a atitude da presidente da APUB, Silvia Lúcia Ferreira, que se comprometeu a defender a posição dos docentes conforme as deliberações da Assembleia do dia 18 de julho, mas sequer se absteve na votação que aprovou por unanimidade a decisão tomada pelo Conselho Deliberativo do Proifes pela aceitação da nova proposta do governo e pelo fim da greve.  

De acordo com a nota da APUB: “O Proifes soube negociar para que os professores não saíssem de uma greve longa sem ganhos”. A diretoria da APUB se esquece de dizer que a greve que está em curso não foi construída pelo Proifes, e que o governo trabalhou sempre com a hipótese de derrotar o movimento postergando as negociações por mais de dois anos e utilizando-se do expediente de um sindicalismo “chapa-branca” entre os docentes.

Na última Assembleia (25/07), os docentes da UFBA desmascaram e repudiaram o Proifes, bem como a sua representação na diretoria da APUB, aprovando o documento “O PROIFES não fala em nosso nome” e a suspensão do repasse de recursos da APUB para a entidade governista (atualmente na ordem de R$ 11 mil por mês).

Ainda segundo a nota da direção da APUB, “se aprovarmos a proposta, voltaremos para a sala de aula de cabeça erguida dizendo para os nossos alunos: não ganhamos tudo, mas agora é hora de voltar”. Como vamos voltar de cabeça erguida com uma carreira aos frangalhos? Como voltar com as condições de trabalho aviltantes? Como voltar com salários rebaixados? Como voltar sem dialogar com os estudantes e servidores técnico-administrativos que estão em greve e conosco lutam pela melhoria da universidade?

Definitivamente cai a máscara desses dirigentes que nas assembleias tentavam posar como democratas e defensores das decisões coletivas. O que se vê é o mais vil governismo nacionalmente representado pelo Proifes e localmente pela direção da APUB, que busca desmobilizar os docentes para impor uma proposta que desestrutura ainda mais a carreira e rebaixa os salários até 2015. Não são apenas os docentes que são traídos com esta manobra, pois os estudantes e servidores técnico-administrativos da UFBA e das demais Ifes, os docentes e técnicos do SINASEFE e os milhares de servidores públicos federais atualmente em greve assistem atônitos mais este golpe que pretende arbitrariamente enterrar a greve também no IFBA e na UFRB.

Por fim, é preciso denunciar as arbitrárias atitudes da diretoria da APUB que: (i) autoritariamente retirou o link do blog do Comando de Greve da UFBA da página do site da APUB, (ii) passou por cima das deliberações em Assembleia pela não realização de plebiscito, (iii) indicou aceitação da proposta do governo rejeitada em Assembleia. Qualquer plebiscito destrói a soberania da assembleia enquanto instância máxima representativa dos docentes, bem como a própria democracia sindical e o exercício do direito de greve, colocando em risco a autonomia e a liberdade sindical.

Lamentamos que a diretoria da APUB seja, mais uma vez, desleal e que só apareça na hora de lutar contra a greve e contra a mobilização. Entendemos este ato como um desespero dos seus membros, que só não foram depostos pela categoria porque a prioridade dos docentes é o atendimento das suas reivindicações. Sim, fazer política é também negociar, mas entregar a cabeça dos seus companheiros em greve aos governantes é traição e este tipo de comportamento merece uma resposta a altura.

Conclamamos os professores a boicotarem o plebiscito e participarem da assembleia do próximo dia 02 de agosto, quinta-feira, às 14:30h, na Faculdade de Arquitetura. É hora de dar uma resposta à direção da APUB. É hora de confrontar o governo que não atende as reivindicações da classe trabalhadora e não avança nas negociações com as categorias dos servidores públicos quanto ao salário, carreira e condições de trabalho.

Todos contra QUALQUER PLEBISCITO QUE DESTRÓI A DEMOCRACIA SINDICAL E COLOCA EM RISCO O DIREITO DE GREVE! BOICOTE AO PLEBISCITO JÁ!!